Em Janeiro de 2023, a Animais Como Nós iniciou parceria com dois jornais do concelho de Vila do Conde. Através do Jornal Vilacondense e do Jornal de Vila do Conde, temos vindo a publicar alguns artigos sobre bem-estar animal, dicas e estratégias. A leitura destes artigos não dispensa a consulta de um profissional veterinário ou de um especialista em comportamento animal.

A hora do passeio é a favorita de muitos cães! E, para que este seja também um momento prazeroso para os tutores e seguro para ambos, deixamos algumas sugestões.

Equipamento: a trela é obrigatória por lei em espaços públicos (Decreto-lei 314/03, Art.º 7º) e é muito útil para evitar fugas e acidentes (que podem ter consequências para o animal e para terceiros) ou para facilitar a separação de dois cães em conflito. O peitoral, ao invés da coleira, exerce pouca ou nenhuma pressão sobre a garganta do cão, tornando o passeio mais agradável. Em alguns cães mais inseguros e assustadiços, pode ser aconselhável usar coleira e peitoral, com duas trelas. O açaime pode ser importante para cães que têm tendência a comer tudo o que apanham na rua. Leve sempre sacos para recolher dejetos e manter a via pública como gostaria de a encontrar! Em animais de pêlo curto, bebés ou idosos, ou de saúde fragilizada, considere utilizar um casaco nesta altura do ano. Em tempo frio, faça uma transição gradual do quente da casa para o frio da rua.

Dicas: A inquietude durante o passeio começa, muitas vezes, em casa; se o seu cão estiver agitado, tente não falar, dar ordens ou ralhar; quando ele acalmar, poderá recompensá-lo com aquilo que ele quer: colocar a trela e ir à rua. Farejar pode parecer entediante para os tutores mas é algo natural nos cães e cansa-os de forma relaxada; deixe-os cheirar com calma! Se o seu cão puxa a trela, experimente a técnica do semáforo: pare quando ele estiver a puxar (sinal vermelho) e retome a marcha (sinal verde) apenas quando ele voltar a estar relaxado e a trela não estiver sob tensão; com tempo e empenho, os puxões tendem a reduzir bastante (e pode recompensar com uma guloseima quando eles relaxam!). Nem todos os cães gostam de socializar com outros da sua espécie: pergunte sempre se o seu cão se pode aproximar do de outra pessoa. O passeio pode ser agradável para o tutor mas deve ser também visto como um momento para o cão, que esteve o dia todo em casa: se puder, deixe-o escolher o caminho e o tempo que permanece em cada local; aproveite também e aprecie o mundo à sua volta. Um cão cansado fisicamente depois de um passeio longo e intenso nem sempre significa um cão calmo; esteja atento às necessidades do seu animal e às reações após diferentes tipos de experiência, para adequar o passeio ao seu cão. Previna situações de stress: quer tenha de atravessar a rua porque viu um cão e sabe que o seu não vai reagir bem, ou quer tenha de escolher outro percurso porque há algo no passeio normal que perturba sempre a calma do seu cão, esteja aberto a cedências. No fim, queremos que algo que fazemos todos os dias seja o mais agradável possível, para que a relação entre tutor e cão esteja bem alicerçada em experiências positivas!

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