Em Janeiro de 2023, a Animais Como Nós iniciou parceria com dois jornais do concelho de Vila do Conde. Através do Jornal Vilacondense e do Jornal de Vila do Conde, temos vindo a publicar alguns artigos sobre bem-estar animal, dicas e estratégias. A leitura destes artigos não dispensa a consulta de um profissional veterinário ou de um especialista em comportamento animal.
Os passeios na natureza, mesmo em parques urbanos, são revigorantes e relaxantes. Por alguns momentos, entramos num mundo novo, espantamo-nos com a altura das árvores e a profusão de formas e cores que a flora tem para nos oferecer. Esta qualidade terapêutica das zonas florestadas é reconhecida e no Japão tem o nome de shinrin-yoku: banhos de floresta.
E, claro, adoramos partilhar estes espaços e experiências com aqueles que nos são mais próximos, incluindo os nossos cães.
No entanto, entre os meses de janeiro e maio, em zonas com pinheiros, podemos observar largartas alaranjadas com pelos brancos a deslocarem-se em filas compridas. É nesta altura do ano que a Thaumetopoea pityocampa Schiff – comummente conhecida como lagarta dos pinheiros ou lagarta processionária (por andar em “procissão) – procura o melhor local para se enterrar no solo.
O seu tamanho pequeno e o seu ar “felpudo” escondem um perigo para as pessoas e para muitos mamíferos, incluindos cães, gatos e furões. O contacto com os pelos urticantes da lagarta dos pinheiros desencadeia uma dermatite urticante com carcaterísticas tóxicas e irritantes na zona onde ocorreu o contacto, pode deixar sequelas e, até, ser fatal.
No caso dos cães, o primeiro contacto costuma ser com a boca/nariz, observando-se inchaço dessas áreas. Se houver inalação de pelos urticantes, podem registar-se reações alérgicas respiratórias, ou vómitos no caso da ingestão de uma lagarta. Podem também desenvolver-se infecções nas zonas afectadas assim como a necrose de tecidos. Em alguns casos, o choque anafilático, o coma e a morte podem ser consequências do contacto com a lagarta processionária.
Caso o seu animal comece a salivar, a tentar limpar o focinho com as patas ou se observar um inchaço de alguma parte do corpo, deve levá-lo de imediato ao veterinário, para minimizar o risco de sequelas. Ao entrar em contacto com o seu cão, tente proteger-se também, envolvendo-o numa camisola ou utilizando luvas (as de latex ou nitrilo são bastante pequenas e cabem facilmente em bolsas, para esta ou outras situações).
Os ninhos das lagartas podem também conter destes pelos, recomendando-se que pessoas e animais não se aproximem nem interajam com eles.
Pela sua e pela segurança deles, esteja atento ao ambiente que vos rodeia e lembre-se que, por vezes, pode haver encontros com lagartas isoladas.