
ABANDONO ANIMAL
“Só mais um dia na estrada…”
Eu sou Max. Não tenho dono, não tenho lar. Apenas o asfalto frio sob as minhas patas cansadas e o vento cortante que sussurra histórias de outros tempos. Fui deixado aqui, num lugar onde ninguém me procuraria. Um carro parou, uma porta se abriu, olhos humanos me encararam por um segundo — e então desapareceram. Eu fiquei.
No início, esperei. Esperei durante horas, dias, talvez semanas. Lembrei-me das brincadeiras no quintal, dos passeios ao entardecer, da voz que me chamava pelo nome. Mas isso tudo parece agora tão distante, como se pertencesse a outra vida. Aqui fora, não há nomes, apenas silêncio. E frio. Muito frio.
Às vezes, encontro outros como eu. Cães magros, gatos assustados, todos com histórias parecidas. Alguns são velhos, outros ainda filhotes. Todos carregamos cicatrizes invisíveis, marcas que nos lembram quem éramos antes de sermos esquecidos. Ninguém nos ensinou a sobreviver assim. Tudo o que sabemos é correr, esconder-nos e tentar encontrar algo para comer.
Há dias em que vejo famílias passarem por mim. Crianças a rir, mãos a segurar sacos de compras, casais a caminhar tranquilamente. Eles olham-me, alguns sentem pena, mas continuam a andar. Talvez porque não consigam entender que eu já tive uma dessas vidas. Que eu também ri, que eu também amei.
Mas não perco a esperança. Ainda guardo dentro de mim aquele pedacinho de confiança que me diz que alguém pode me ver de verdade. Alguém que perceba que sou mais do que um número nas estatísticas do abandono, mais do que uma sombra na rua. Sou o Max, sou leal, sou companheiro, sou amigo. Só preciso de uma segunda oportunidade.
Se ouvir o meu latido distante, pare por um momento. Olhe nos meus olhos e veja além da minha sujidade, além da tristeza. Veja o coração que lateja dentro de mim, pronto para amar novamente. Porque eu ainda estou aqui, mesmo quando o mundo me deixou para trás.
Porque o Max não é caso único, diga não ao abandono…
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